“Conheça-te a ti mesmo” – Sócrates
Observemos como agimos. Melhor, antes, como pensamos. A auto complacência é tão perigosa quanto a pior das doenças: perigosa para a alma.
Por preguiça e comodismo nossas ações são muitas vezes destituídas tanto de moral quanto de ética. Nossa vida desequilibrada, vira um mar de percalços. Conosco mesmo e com o próximo.
É a sensação fútil de ‘ter’ substituindo a de ‘ser’ como crença enganadora desses tempos.
A teia das facilidades que produz falsas sensações que conduzem à escravidão moral e financeira.
Preferimos comer doces em vez de frutas. É a busca da satisfação rápida, imediata. O conceito do imediatismo aplicado a tudo e todos.
Uma epidemia começa no próprio intimo do ser, para depois se espalhar à sociedade que se convive:
– A vaidade produzindo o endividamento em grande escala.
– O orgulho que conduz à compra por impulso, que por fim se trata por doença…
E como pandemia temos não só o vírus letal e contagioso, mas também:
– No hermetismo, o ritual fantasioso que nos poupe do trabalho produtivo e honesto.
– No ocultismo, o uso da palavra mágica que abra portas que não merecemos.
– No espiritualismo, a invocação de guias e anjos que nos protejam em más ações.
– No dia a dia, o incessante pedir aos céus pelo lucro e sucesso, sem nos aplicar aos mínimos estudos.
– No templo e igreja, os pedidos insanos para que o poder divino se torne escravo de nossos desejos e vontades…
A sociedade adoece mas antes o ser humano se encontra em debilidade moral avançada:
– Nos negócios, o lucro fácil lesando o semelhante.
– A obtenção do dinheiro imediato por vias criminosas.
– O consumo em vez da criação.
– O usufruir em vez de retribuir.
– A vaidade oca de virtudes que não temos.
– A intensificação da beleza da máscara facial temporária.
E a lista das vaidades e paixões se expande para os representantes, espelhos da imoralidade de todos nós:
-Ser servido em vez de servir.
-Auto engrandecimento por criação de vantagens.
-A dependência por dinheiro imediato, fazendo-o corrupto e servil aos interesse menos nobres.
– A competição por criação de leis, normas e regras que se tornam apenas empecilhos e imposições arbitrárias sobre as populações, a indústria legislativa mascarada de ‘bem comum’ e ‘segurança de todos”.
Como solução, o esforço próprio, em primeiro lugar. A alavanca da vontade, deve ser exercitada – constantemente – sem preguiça para pensar, sem aceitar padrões de comportamento e pensamentos prontos. A formulação de seu pensamento próprio interior dificulta ser manipulado por forças externas. E isso poupa o cidadão das artimanhas populistas e promessas demagógicas. Poupa-o de mistificadores, sejam políticos ou religiosos. Não tem como ser enganado quem se fortalece interiormente, ou pelo menos, diminui essa possibilidade.
A consciência, para a maioria adormecida, é um robô teleguiado pelo senso comum, onde grupos midiáticos e poderes políticos poderosos, travestidos do “melhor para todos”, se acopla. Os novos tiranos, que se organizam atuando ora com constrangimento e ora com legislações, oscilam exatamente para serem imperceptíveis. Uma tirania que se renova a cada década por mascaramento diverso.
O iluminado, porém, guarda a certeza de sua integridade, do conhecimento como única riqueza e o poder interior espiritual como gerador de bem e transformador real da sociedade.
Estejamos acima das chantagens que o mundo ilusório possa oferecer.